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Vocês levam muito em conta a questão do capital social na concessão de limite de crédito? E Por quê?

Resposta Aceita

Prezada Aline, boa tarde!

Sim, deve ser levado em conta e muito bem avaliado caso a caso.

Na prática, o capital social é quanto os sócios acreditam na própria empresa, vou expor algumas situações com números simbólicos:

1- Tenho uma empresa com capital de R$ 10.000,00, faturamento bruto mensal de 1.000,000,00, patrimônio liquido de 800.000,00, reservas de lucros de 100.000,00, prédio e veículos próprios, por quê não aumento meu capital social? Medo de investir no meu negócio? alguma justificativa o analista de crédito tem de encontrar, pois o capital social é o valor pelo qual a empresa irá responder em caso de insolvência, até mesmo falência, devo levar isso em conta na hora de conceder ou aumentar um limite de crédito, não que você fique impedida de conceder o crédito mas saiba que se acontecer algo que comprometa a situação financeira (que pode acontecer com qualquer um em poucos meses) o máximo que vão responder é pelos 10.000,00 de capital, ou seja, a probabilidade dos fornecedores não receberem nada, arrisco em dizer que é de 99%.

2- A mesma situação acima, porém, com capital social de 1.000.000,00, podemos dizer que a empresa é plenamente superavitária, porém, não dispensa a análise de balanço e dre para definir se está preparada para enfrentar uma crise ou período sazonal.

3- A mesma situação 1, porém, enfrentando uma crise e no balanço constatamos que a empresa pegou um empréstimo com o BNDES de 2.000.000,00 com pagamento a longo prazo, será que tem alguma reserva investida para arcar? gera a dúvida para conceder crédito não é mesmo?, porém, se for a situação 2 com este mesmo empréstimo verá o peso do capital social, numa análise econômico financeira verá que o índice é favorável a conceder um crédito mesmo que pequeno e experimental.

Espero ter ajudado,

Att,
Thiago Fernandes Nogueira
Especialista em Crédito e Gestão de Risco

Respostas (5)

Eu particularmente nem considero, pois podemos ver que muitas das vezes empresas com grande potencial tem um capital social registrado relativamente baixo.

O que levo mais em conta é o movimento que o cliente tem feito no mercado, quantidade de consultas em nome dele, maior acumulo, percentual de pagamentos em dia, se tem prédio próprio, tempo de fundação da empresa, etc.
Olá, Aline

Não costumo levar em conta o capital social da empresa pois é uma medida bastante "relativa". As vezes a empresa tem um capital social interessante, entretanto possui um volume de prejuízo nos exercícios que excedam este capital social, desta forma, pode ser que o Patrimonio Liquido esteja negativo, ou como alguns dizem, descoberto.
Olá Thiago Fernandes!

Considero em partes sua justificativas pra liberação de um limite "alto" de crédito.
Mas, ainda existem muitas empresas grandes, com capital social muito baixo em relação a suas movimentações.
Na área Têxtil, é um pouco complicado de se trabalhar... Pois, infelizmente temos muita informalidade no mercado.
Existem cliente com boa movimentação de compras e grande limite, mas ainda como PF.
O mercado já está retraído, além de existir sazonalidade para a área de confecções... a concorrência tentando puxar seu tapete...
Qual a melhor forma definir um limite sem pressionar o cliente com muitas documentações???
Para liberação de crédito, temos a avaliação cadastral feita pelo representante comercial no ato da visita.
Solicitação de documentos (Ficha Cadastral PF/CNPJ) + Solicitações de Faturas de Cartão ou Nota Fiscal de outros fornecedores quitadas.
Além da consulta a Serasa.

Não podemos pedir demais, para não perder a venda, nem liberar demais, para minimizar os riscos.
Olá Caro Colega Mike Anderson, boa noite!

Concordo com tudo que você abordou em seu post, porém, temos que levar em conta algumas características técnicas que fazem toda diferença na gestão de crédito.

O capital social podemos considerar que é o quanto o empresário e/ou presidente da organização acredita em sua empresa, muitas empresas com faturamento alto optam por manter um capital pequeno por diversos motivos, sejam eles legais ou não. Um exemplo muito comum são grandes varejos que faturam acima de 5 mi ao ano e mantém um capital de 10 ou 20.000,00, um tanto incoerente não? por trás deste negócio pode estar funcionando da seguinte forma, para ganhar competitividade esta empresa trabalha com uma margem de lucro muito baixa ou até mesmo uma formação de preços calculada através de uma média ponderada (onde perde lucro em alguns e compensa em outros), logo este empresa está exposta, se houver uma crise ou por qualquer motivo a sua demanda de consumidores reduzir ou sumirem de vez ela está propensa a quebrar, o baixo investimento em capital e estrutura deixará sua responsabilidade menor perante aos órgãos em relação ao cumprimento de suas obrigações fiscais, trabalhistas e tributárias.

Pelo que você me explicou de vendas para PF, seu ramo é atrativo para a informalidade, vejamos da seguinte forma, você tem uma distribuidora seja ela atacadista ou varejista do ramo têxtil, paga funcionários e todos os impostos, de`repente você descobre que tem um "atravessador" que compra como PF na informalidade no mesmo fornecedor que você e tem um preço bem melhor por que não recolhe devidamente os impostos, e aí? seria injusto mas isto também não vem ao caso.

No seu caso não tem pra onde fugir, mas eu no seu lugar, além da análise de crédito da empresa ou pessoa física acompanhada de um scoring do serasa, eu faria a avaliação de crédito dos clientes deles, resumindo, procure saber para quem seu cliente vende, assim você saberá definir uma linha de concessão de crédito, visando minimizar os riscos.

Att,
Thiago Fernandes Nogueira
Especialista em Crédito e Gestão de Risco

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