Perguntas e Respostas de Crédito e Cobrança

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A elevação da atividade econômica leva a expansão do crédito, que, geralmente, é fomentada pelas políticas governamentais como redução de juros, compulsório, tributos, entre outros. Se por um lado isso permite uma maior acessibilidade dos produtos e serviços ao consumidor, principalmente aqueles de menor renda, potencializado pelas estratégias de marketing das empresas, que levam, em muitas vezes, as pessoas a comprar por "impulso".

Essas aquisições refletem no comprometimento das despesas cotidianas como as contas de consumo, supermercado, mensalidades, aluguel, condomínio, convênio médico, etc. Qualquer "imprevisto" pode causar um desencaixe financeiro e a conseqüente inadimplência no pagamento de algumas contas.

Nessa situação os consumidores sem reserva acabam buscando empréstimos pessoais, usando o cheque especial, ou o pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito, esses dois últimos com taxas de juros altíssimas, que beiram, os 17% a.m. Esse "financiamento" e as obrigações já assumidas, num certo momento, levarão o cliente a "estourar" o limite de crédito, e quando não for mais possível quitar essas dívidas, assim como as outras já existentes (boletos de cobrança e cheques pré-datados), ficará totalmente inadimplente e ter seu nome incluso nos cadastros de órgãos de proteção ao crédito.

Essa inadimplência prejudica o comércio, os prestadores de serviços e a indústria, que, num cenário de concorrência acirrada, trabalham com margens reduzidas. Esse "calote" com cheques e boletos de cobrança, de forma sistemática, pode levar também esses agentes a se encontrar na condição de insolvência.

Portanto, a expansão do crédito deve ser acompanhada da análise do risco de crédito dos compradores, e não apenas realizar uma simples consulta nos órgãos de proteção ao crédito, como é feita habitualmente pelos vendedores, pois hoje o consumidor está "limpo", mas essa obrigação que ele está assumindo com a aquisição de mercadorias ou serviços poderá torná-lo "sujo" amanhã.

Cabe ressaltar que essa análise não deve ser burocrática para não ocorrer o risco de se perder a venda, portanto, a empresa vendedora deve buscar ferramentas de análise que usam a tecnologia da informação, de preferência do tipo online, que dispensa instalação na rede, permite mobilidade e possibilita uma análise instantânea.

Prof. Dr. Ricardo Oi
Doutor em Engenharia pela Unicamp e gerente comercial da empresa Sistema 5

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